Uma índia da metade KAIRU, chamada , procurou explicar as funções cerimoniais dose dos Votor da seguinte maneira: "o nhétkymby é Kamé, mas ele é mais forte. Ele pode tirar o põkri do KAMÉ e do KAIRU; se está faltando o péin do KAMÉ ele pode tirar o põkri do KAMÉ" . Segundo ela, o Votor "é kaitkõ [da mesma metade] com o KAIRU. Não sei se é por causa da reza dele, râ-ndor [marca buraco] com râ-ror [marca redonda], ele pode vencer os três fogos. Ele pode pinchar [jogar] o põkri dele mesmo (sic) " .

Segundo Iagni, outro Kaingang do Xapecó, Votor é uma função "do fandango" ( Kiki ); é uma "pessoa sensível, mais calma" . "Votor tem enxerto de voz com o Kairu e o Wõnhétky tem enxerto de voz com o Kamé" . O que significa que cantam em dueto, como um contracanto durante as cerimônia de enterro, fim de luto e no Kiki.

A existência de seções incorporadas ou agregadas às metades exogâmicas não é exclusividade dos Kaingang. Entre os Xerente temos o caso Jê, mais próximo do que tenho encontrado para os Kaingang. Os dois clãs Xerente Prasé e Krozaké, foram considerados por Nimuendaju (1942) como tribos incorporadas respectivamente às metades Siptató ou Doi, cuja pintura corporal é marcada por círculos, e Sdakrã ou Wairí, cuja pintura é distinguida por traços. No caso Xerente parece explícito que esses dois clãs não são considerados membros plenos da tribo, razão pela qual a não observância das regras de exogamia de metade por eles não constitui um escândalo (Cf. Nimuendaju 1942:25).