Este-Nordeste, encontrando-se com o estabelecimento de Guarapuava, na província de S.Paulo; porém, como nessa direção tinha o caminho projetado de atravessar o Uruguai Superior e o Rio Grande da Curitiba, circunstância esta de bastante ponderação quando se adverte que a passagem havia de se efetuar pelo meio dos desertos, aonde faltam os recursos os mais usuais e os mais indispensáveis; essa dificuldade, junta à obrigação de penetrar em matos imensos ainda não explorados, mas que se sabia frequentados por gentios bravos e numerosos, fizeram abandonar a empresa, apesar de sua reconhecida utilidade: todavia, tentaram-se alguns meios para sua execução. Um fulano Atanagildo, saído das Missões, teve a ousadia de entranhar-se nos densos bosques das terras montuosas que separam as águas do Uruguai das dos afluentes da Lagoa dos Patos, e chegou, à força de ânimo e de paciência, a reconhecer a margem esquerda do mesmo Uruguai, na sua direção de Este a Oeste pelos 26°50’ de latitude; após ele, 6 homens, sob a direção de um índio vaqueano, foram mandados para alargarem a picada e penetrarem mais avante; porém nunca mais se pode obter notícias deles, formando-se tristes conjecturas sobre o fim que tiveram” (Dreys [1839] 1990:92-93 - grifos meus).
. Cafruni (1966:631) registra uma outra ‘expedição’ aos campos de Nonoai em 1834, partindo de Passo Fundo, organizada por Bernardo Castanho da Rocha. De fato, anos depois, quando Nonoai já se tornara aldeamento indígena reconhecido pela Província, Bernardo Castanho da Rocha encontra-se estabelecido na região, mantendo relações de aliança com alguns líderes Kaingang de Nonoai.
Foi, pois, a expedição de Francisco da Rocha Loures, em 1845, que abriu caminho à penetração brasileira no território Kaingang de Nonoai. Segundo ofício que encaminhou ao Presidente da Província, o então Conde de Caxias (que acabara de sufocar a Revolução Farroupilha), Rocha Loures atravessou o Rio Uruguai, entrando em terras de Nonoai, em agosto de 1845. Dali alcançou a vila de Passo Fundo, de onde escreveu ao Presidente da Província pedindo recursos para agrado aos índios e para o início de sua “catequese”, para a qual já conseguira o interesse do vigário da vila, Pe Antonio Leite Penteado.