Por fim, um ou alguns grupos Kaingang mantinham-se arredios ao contato e à penetração paranaense na região dos rios Laranjinha e Cinzas por volta de 1920, fazendo com que o SPI estabelecesse ali um "Posto de Atração". No entanto, ao que se sabe, tais grupos sofreram antes a ação criminosa de expedições punitivas, havendo registros de massacres, como no Rio Cinzas, noticiado na imprensa nacional (Cf. O Paiz. Rio de Janeiro, 24/7/1911). O resultado é que os pouquíssimos contatados ou "pacificados" Kaingang do Laranjinha simplesmente "desapareceram" em pouco tempo. Alguns afirmam terem sido transferidos para Londrina, outros falam de transferência em uma longa viagem de trem, da qual não se sabe exatamente o destino. No atual Posto Laranjinha habitam índios Guarani, além de descendentes de índios Kaingang trazidos do Rio Grande do Sul para a "pacificação" daqueles arredios.

O destino dos Kaingang a partir dos contatos "pacíficos" com a sociedade luso-brasileira foi o confinamento em reservas, liberando as áreas de caça, de coleta e de perambulação para a ocupação pastoril e agrícola. Uma única comunidade Kaingang, a de Guarapuava, teve reconhecida uma área de terras como sua, já na primeira metade do século XIX , através de uma sesmaria, em 1819. No entanto, já em 1852 o Presidente da Província informava, em relatório à Assembléia Provincial, que eles haviam sido "espoliados das terras que por sesmaria lhes foram doadas em Guarapuava" (J.T.Nabuco de Araújo, apud D´ANGELIS 1984a:16).