A partir de 1880, a expansão da extração da erva mate levou à penetração paranaense na direção oeste, avançando para a região das antigas missões jesuíticas nas proximidades do rio Piquiri. Ao mesmo tempo, avança a ocupação no norte paranaense, com as primeiras plantações de café, na área de Jacarezinho. Muito embora datem também dessa época os primeiros contatos amistosos com os Kaingang do médio Rio Ivaí e do médio Piquiri (Cf. NASCIMENTO 1886), é apenas nas primeiras décadas do século XX que acontecerá a penetração econômica paranaense nessas regiões que, ainda assim, somente se consolida como frente populacional considerável após os anos 40 (Cf CARDOSO & WESTPHALEN 1986).
No interior de São Paulo, os Kaingang dos rios Feio, Aguapeí e seus afluentes somente serão atingidos a partir de 1905 - e de forma violenta - pela penetração do café, apoiada na construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ligando Bauru a Corumbá, completando a ligação do litoral brasileiro (Porto de Santos) com a Bolívia. Às ações exterminadoras de "bugreiros" seguiu-se a atuação "pacificadora" do recém-criado Serviço de Proteção aos ïndios (SPI), que logrou os primeiros contatos com os Kaingang em 1912 (BARBOSA 1913:49-51). O resultado, em 1916, eram dois grupos aldeados com uma população de cerca de 200 sobreviventes de um total estimado de 1200 em 1908, antes do contato. (BORELLI 1984:71-81). |