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PANORAMA DA HISTÓRIA KAINGANG
 


Wilmar da Rocha D´Angelis

Essa história de esbulho é acompanhada pela ocupação, também, de toda a cercania das terras indígenas por imigrantes e descendentes de imigrantes, pequenos proprietários e fazendeiros. A presença cada vez mais maciça de brancos nas proximidades de suas terras e - a partir das invasões e de arrendamentos promovidos pelo SPI - dentro das próprias áreas foi fator importante de compulsão contra a permanência de tradições e práticas culturais indígenas, incluída a língua, além de casamentos interétnicos (o casamento com mulher índia, para os caboclos alijados de suas terras pelo empreendimento colonizador europeu, era garantia de acesso a esse bem de produção: a terra). No caso específico do Estado de São Paulo, além da depopulação violenta, verdadeiramente genocida, sofrida pelos Kaingang (de algo em torno de 1200 na primeira década do século, eram menos de 200, já 'aldeados' pelo governo antes do final da década seguinte), a partir dos anos 40 suas áreas sofreram a introdução de indivíduos e famílias das mais diferentes etnias, por conta da política do SPI de fazer, naquelas áreas indígenas, algo como "colônias penais". Índios do Nordeste, do Leste, do Mato Grosso do Sul e, até, do Norte do Brasil, eram trazidos ali, e ali contraíam casamento. O resultado das uniões interétnicas foram famílias em que se usava sempre o português como língua franca, e os filhos tornaram-se falantes nativos dessa língua.

Extraído (e resumido) de A língua Kaingang, a formação de professores e o ensino escolar (W. D´Angelis 1999), publicado em E. Albano et al. (Orgs.), Saudades da língua: a Linguística nos 25 anos do IEL-UNICAMP. Campinas: DL-IEL, Mercado de Letras, 2003, pp. 373-391.

 
 
 
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Kaingang tem
verbete em
Enciclopédia Mundial.

“The Grenwoodod
Encyclopedia of
World Folklore
and Folklife”
2006, no vol.4
por
Juracilda Veiga

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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