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METADES CLÂNICAS
 

Juracilda Veiga
Antropóloga

de altura e largura) são classificados como ror (KAIRU) e se são compridos (desproporcionais nas dimensões de altura e largura) são téi (KAMÉ). Submeti uma listagem de nomes Kaingang à alguns velhos para saber se eram nomes Kamé e Kairu. Um deles comentou: " Ngrâ é nome Kairu, é a samambainha; não vê que ela vive fechado, é Kairu". De fato, esse tipo de samambaia tende a enrolar suas pontas, dando uma aparência arredondada a estas. Parece que é a isso que os Kaingang referem como " fechado ".

Os termos ror e téi são também glosados em português como " baixo " e " alto " respectivamente (Cf. Val Floriana 1920: 171 e 184).
Na interpretação de Nimuendaju, por terem sido criados pelos "pais fundadores" KAMÉ e KAIRU, todos os seres da natureza pertenceriam às duas metades, com exceção da terra, do céu, da água e do fogo. Todos ainda manifestam sua descendência ou pelo seu temperamento ou pelos traços físicos ou pela pinta [pintura].

O que pertence ao clã Kañeru é malhado, o que pertence ao clã Kamé é riscado. O Kaingang reconhece essas pintas tanto no couro dos animais como nas penas dos passarinhos, como também na casca, nas folhas, ou na madeira das plantas. Das duas qualidades da onça pintada, o acanguçu é Kañeru , o jaguareté é Kamé . A piava é Kañeru , e por isso ela vai também adiante na piracema. O dourado é Kamé . O pinheiro é Kañeru , o cedro é Kamé , etc. (Nimuendaju [1913] 1993:59).

 

 
 
 
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Kaingang ganha
verbete em
Enciclopédia Mundial.

“The Grenwoodod
Encyclopedia of
World Folklore
and Folklife”
verbete assinado
por
Juracilda Veiga

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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