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METADES CLÂNICAS
 

Juracilda Veiga
Antropóloga


O aspecto fundamental da organização social dos Kaingang é a divisão nas metades exogâmicas, KAMÉ e KAIRU , que se opõem e se complementam, enfeixando instituições que entre os Timbira, por exemplo, tendem a ser distribuídas em vários pares de metades. As metades Kaingang não são espacialmente localizadas, isto é, não implicam em "posições" definidas da moradia no espaço geográfico da aldeia. Os Kaingang não constróem aldeias circulares ou semicirculares, comuns a todos os outros Jê e aos Bororo, e portanto não demarcam a oposição espacial entre centro e periferia, masculino/feminino, público/privado, individual/coletivo que se têm apresentado como característica dos demais Jê (Cf. Seeger et alii [1978] 1987:21-3). Embora os Kaingang estabeleçam uma relação entre as metades KAMÉ e KAIRU e com os pontos cardeais (Oeste e Leste respectivamente), essa relação não transparece nas ações cotidianas, mas apenas na cerimônia do Kiki e nos enterramentos, como veremos adiante.

Os KAMÉ estão relacionados ao Oeste e à pintura facial com motivos compridos ( râ téi ), e os KAIRU relacionados ao Leste e à pintura facial com motivos redondos ( râ ror ). Cada metade comporta duas seções (ver adiante): na metade KAMÉ , as seções Kamé e Wonhétky ; na metade KAIRU, as seções Kairu e Votor .

A filiação a uma metade e seção é definida patrilateralmente: os filhos, de ambos os sexos, pertencem à metade e seção de seu pai, esse procedimento continuo através das gerações estabelece o caráter patrilinear da sociedade Kaingang.

 

 
 
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Kaingang ganha
verbete em
Enciclopédia Mundial.

“The Grenwoodod
Encyclopedia of
World Folklore
and Folklife”
verbete assinado
por
Juracilda Veiga

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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