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ESCOLA ENTRE OS KAINGANG ( 2 )
 

Wilmar da Rocha D´Angelis
Linguista

Vale anotar que os anos 60 e 70 viram generalizar-se, nas comunidades indígenas do Sul a adoção do rádio a pilha e, já no final dos anos 80, começaram a introduzir-se os aparelhos de televisão, que se ampliaram na mesma proporção da ampliação das redes elétricas (muitas das quais, aliás, instaladas como pagamento aos índios por trânsito de redes de alta ou baixa tensão em terra indígena).

No final dos anos 50 o Summer (SIL) instala uma missão em Rio das Cobras (PR). Nos anos 70, em convênio com a Funai e a IECLB, inaugura uma escola para 'monitores bilíngües' em Guarita (RS), levando jovens dos três estados do Sul. O convênio funcionou até 1980 ou 81, e foi denunciado pela IECLB. O SIL seguiu formando monitores/pastores (Cristianismo Decidido) no Paraná até os anos 90. O modelo de ensino bilíngüe chamado de "transição" ou "substituição", implantado pelo Summer, produziu efeitos igualmente nocivos à manutenção da língua Kaingang. Na própria língua, inclusive, tudo o que o Summer produziu foi (além de uma ortografia problemática), cartilhas tradicionais, um vocabulário (inútil para os índios, útil apenas para brancos) e uma versão do Novo Testamento.

No início dos anos 70 podia-se falar de casos muito esporádicos de índios que, sendo alfabetizados, atuaram como professores em suas comunidades. No geral, os professores eram brancos, funcionários do SPI. Com a escola de Guarita (Summer/Funai), formaram-se três turmas de "monitores" (que tinham formação equivalente ao primeiro grau), que totalizaram pouco mais de 50 professores (hoje, quase todos aposentados).

 
 
 
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“Aprisionando sonhos:
a educação escolar indígena
no Brasil”

de Wilmar
da Rocha
D'Angelis

Edit. Curt
Nimuendajú
2012

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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